Nossa redação recebeu essa semana, um print de uma pensionista do NavegantesPrev com uma mensagem constando o nome do falecido marido e o nome dela como beneficiária, para que corresse atrás desse dinheiro atrasado. A foto do WhatsApp traz uma imagem do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Navegantes e a pessoa se identifica como o advogado Jaime Mathiola Filho, cujo escritório realmente presta serviços ao Sindifoz.
É aí que o aposentado cai no golpe, pois, ao olhar o nome do escritório de advocacia que trabalha pelo Sindicato e a imagem da logo do Sindicato, parece ser uma mensagem verdadeira.
Se o aposentado continuar a conversa, eles continuam a mentira que parece verdade, e apresentam um valor que supostamente estaria defasado e que o aposentado teria pra receber, mas pra isso, precisa fazer um pagamento antecipado ao escritório para que possa dar andamento e liberar o dinheiro. O final da história é o mesmo de todos os outros golpes, eles recebem do aposentado o suposto honorário e desaparecem, deixando a dívida.
O exemplo que usamos na matéria, a aposentada não caiu no golpe porque afirma que nunca clica em nada que lhe mandam oferecendo vantagens e sempre diz que é pra falar com um dos seus filhos. Mas, uma outra aposentada, infelizmente, não teve a mesma iniciativa e foi enganada pelos golpistas.
O Sindifoz já emitiu comunicado informando sobre os cuidados com esses golpes, bem como o NavegantesPrev, para que outras pessoas possam ser novas vítimas. o diretor presidente, Igor Fretta, reforça que o aposentado não deve realizar empréstimos ou financiamentos sem ter certeza de que não é um golpe, e que na dúvida, o Instituto está a disposição para qualquer esclarecimento.
De acordo com o advogado Jaime Mathiola Filho, citado na tentativa de golpe acima, os golpistas que se passam por advogados são muitos, e se prevalecem da boa-fé das pessoas aliado ao fato de que os dados sobre processos judiciais e seus respectivos advogados, como regra, são públicos.
Eles agem pedindo, via WhatsApp ou e-mail, pagamentos que em tese seriam utilizados para liberar quantias devidas as partes referentes a processos judiciais, alguns processos realmente existentes outros que o processo inclusive é inventado.
Quando a parte é servidor público, os argumentos e o grau de informações que os golpistas possuem para lesar as pessoas são ainda mais impressionantes na medida que servidores ativos e inativos possuem informações remuneratórias divulgadas por lei no chamado portal da transparência.
Porém, algumas medidas simples podem ser tomadas por quem receber esse tipo de abordagem para não cair no golpe, sem prejuízo é claro de denunciar a autoridade policial: primeiro verifique se o número de telefone, WhatsApp ou e-mail que está fazendo contato com você é o número oficial do seu advogado, visto que os golpistas costumam se utilizar de números de telefone e WhatsApp frios, mas com fotos e informações dos profissionais retiradas de redes sociais, o que torna convincente o contato, e segundo, se ainda estiver com dúvidas sobre o contato feito, procure o seu advogado ou escritório pessoalmente para se certificar da veracidade da mensagem e não faça nenhum pagamento até que tudo seja esclarecido.
A OAB de Navegantes vem acompanhando de perto e presta orientações para combater esse tipo de prática em que golpistas, extraem informações de processos que tramitam em nome das vítimas, e se passam por advogados e escritórios de advocacia, solicitando valores para a liberação de créditos que as essas pessoas supostamente teriam direitos para receber.
A presidente Roberta Elisa Correa, informa que estão aumentando os casos de crimes utilizando os meios virtuais, e reforça a necessidade de que aqueles que forem contatados via WhatsApp ou por redes sociais para ingressar com ações judiciais ou pedindo dinheiro para liberar valores decorrentes de ações judiciais, não o façam, pois não há qualquer cobrança para liberação de valores que a parte tem direito em processos judiciais.
Ela destaca que nas últimas duas semanas, a Seccional da OAB de Santa Catarina e todas as Subseções da OAB no Estado estão trabalhando nessa divulgação com o intuito de chamar a atenção das pessoas, que estejam atentas as mensagens e ligações recebidas, oferecendo vantagens.
Nesse caso, o ideal é não clicar em links enviados, não efetuar transferências via PIX ou pagar boletos sem antes buscar orientação de um advogado de sua confiança, para checar as informações e não cair em nenhum tipo de golpe.
Em caso de golpe, orienta-se que seja realizado Boletim de Ocorrência, seja comunicado o banco para bloqueio e estorno do PIX, bem como seja realizado print das consultas ao processo, números de telefone utilizados para aplicação do golpe, de modo a identificar quem e quando acessou o processo ou fez contato por telefone ou e-mail, de modo a subsidiar a Polícia Civil na busca por padrões na aplicação desses golpes.