Nesta segunda-feira (21) a Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística de SC (Fetrancesc) realizou uma conferência online para apresentar os impactos dos congestionamentos da BR-101 no setor. Segundo um estudo encomendado pela Federação, no trecho de 298 km entre Criciúma e Navegantes a velocidade média dos veículos na rodovia é de 39 km/h, menos da metade dos 90 km/h permitidos.

Para trafegar por esse trecho com essa velocidade média, o motorista precisaria de oito horas e 49 minutos, o que representa quatro horas a mais do que o ideal. Para as empresas, isso representa um aumento de custo de 170%. A redução na velocidade média também acarreta no aumento do número de veículos na rodovia, já que impossibilita que os caminhões possam fazer diversas viagens ao longo do dia. 

“O problema nas rodovias catarinenses é grave. Ele traz prejuízos não só para o setor mas também para a sociedade. Os congestionamentos aumentam em 13% o custo do frete para o consumidor final, além do custo imensurável do tempo de quem fica preso nos engarrafamentos”, destacou o presidente da Fetrancesc, Ari Rabaiolli. 

Outro ponto destacado pelo estudo é a alta nos custos de combustível causados pelos congestionamentos, que cresce em 10%. Além dos custos para as empresas, o aumento no consumo de diesel também ocasiona impacto socioambientais.

“O caminhão foi projetado para rodar numa velocidade acima do que ele está operando, com isso ele acaba consumindo mais. Assim, mesmo que as empresas se preocupem em adquirir uma frota mais moderna para reduzir os impactos, ele ainda vai ser grande. A gente estima que seria necessário plantar 100 árvores para cada caminhão rodando para compensar a emissão extra de poluentes”, destacou o pesquisador e responsável pelo estudo, Gean Carlos Fermino.

Segundo o presidente da Fetrancesc, o objetivo é levar o estudo para a Frente Parlamentar Catarinense em busca de soluções para os gargalos na rodovia. Rabaiolli também mostrou preocupação com a judicialização do contorno viário de Florianópolis.

“Isso pode atrasar ainda mais as obras de um dos trechos mais complicados para se trafegar na BR-101”, completou.