Número de amostras diárias enviadas aos laboratórios é, muitas vezes, maior do que a capacidade de atendimento

Santa Catarina atingiu, nesta semana, a marca de 500 mil testes de Coronavírus realizados desde o início da pandemia. O montante é formado por pouco mais de 250 mil testes do tipo PCR – aquele do cotonete no nariz e garganta – e mais uma parcela do mesmo porte de testes rápidos – aquele via gota de sangue da ponta do dedo. Isso representa um número de testes correspondente a 7% da população catarinense. 

Segundo o secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, o objetivo é atingir 20% da população. “Nós temos alguns indicativos epidemiológicos que falam que o ideal é testar entre 10% e 20% da população. Santa Catarina está muito próxima dos 10%. É um dos estados que mais testa no Brasil”, afirmou. 

No início da pandemia, houve problemas com falta de insumos e dificuldades em processar muitos testes por dia. Agora, o entrave é o processo logístico. “A gente depende ainda da entrega. Os fornecedores estão buscando e nós pretendemos sim testar pelo menos 20% da população nos próximos meses”, disse o secretário. 

Atualmente, a Secretaria de Saúde processa análises em três laboratórios: um próprio, em Florianópolis, e outros dois – em Concórdia e em Curitiba – em parceria. A capacidade de testagem é de cerca de 2 mil amostras por dia, mas o avanço da doença provocou filas. Nos dias com maior fluxo, o Estado chegou a ter 11 mil testes em análise. Nesses casos, a liberação acontece em três ou quatro dias. 

Essa demora prejudica a eficiência do enfrentamento. Com uma resposta mais rápida e alcance maior, as autoridades de saúde teriam mais condições de combater o vírus.    

O caso preocupa o Grupo de Ações Coordenadas (Grac), montado pelo Executivo para tomar decisões frente à pandemia. Segundo o deputado Coronel Mocellin (PSL), que compõe o grupo, já há um pedido por mais testes.

“A solução é aumentar a testagem da população, isolar grupos de risco, as pessoas que estão contaminadas. Seria uma ação mais efetiva do que fazer lockdown”, disse o parlamentar. 

Segundo Ribeiro, o Estado tem um bom estoque de testes PCR, mas há uma dificuldade de aquisição de testes rápidos. “As entregas são muito pequenas, mas nós temos uma ata de registro de preços para compra de 500 mil testes”, disse.

Além disso, o secretário afirma que a pasta tem trabalhado para aumentar a velocidade de divulgação dos dados. “O processamento dos testes é rápido. A liberação do resultado às vezes demora e não depende da Secretaria. Em algumas regiões, os exames estavam demorando dez dias, nove dias. Isso não é tolerável”, afirmou André Motta.