Pela primeira vez desde o início da pandemia, o índice de confiança do comerciante catarinense teve uma variação mensal positiva: subiu de 61 pontos em junho para 68,9 pontos em julho, alta de 13%. Estes foram os dois piores resultados da história do indicador. Apesar da leve recuperação, o índice ficou abaixo do registrado em maio, quando estava em 69,2 pontos.

O indicador, calculado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de SC (Fecomércio/SC), varia de 0 a 200, onde valores abaixo de 100 indicam pessimismo.

Na comparação com o mesmo período do ano passado a queda é de 41%. O principal fator para o pessimismo é a percepção das condições atuais pelos empresários, especialmente na economia. O indicador até subiu de 17,2 pontos para 20 pontos na passagem de junho para julho, mas o resultado ainda representa uma diminuição de 74,9% em relação ao ano passado.

Mesmo com a crise, a expectativas dos comerciantes catarinenses subiram pelo segundo mês consecutivo. O índice passou de 87,7 pontos para 111,1, alcançando o patamar de otimismo. 

O único subíndice que registrou redução na passagem mensal foi o de investimento, que caiu de 68,3 pontos para 65,9 (-3,5%). A baixa no indicador foi puxada pela quantidade de empresas que espera ter que reduzir seu quadro de funcionários (79%) e pelos motivos que levaram as empresas a buscarem crédito: 55,1% afirmou que precisou de financiamentos para garantir o fluxo de caixa, 35,8% para cobrir custos fixos, e apenas 18% para realizar novos investimentos.

“Em linhas gerais, para os empresários do comércio catarinense, o momento da economia é de reversão do pessimismo que ainda se encontra bastante acentuado devido às condições da economia e capacidades de investimento”, ressaltou a Fecomércio/SC em relatório.

Segundo a entidade, facilitar o acesso ao crédito é fundamental para a retomada da economia. “As intenções de investimento encontram-se em patamares de crise, o que requer ações enérgicas para retomada da confiança empresarial, recuperação do ambiente de negócios e garantia de acesso ao crédito, evitando ciclos de desconfiança, desinvestimento e deterioração das condições econômicas”, completou.